Diversos veículos de comunicação apregoam que são totalmente imparciais ao transmitir as informações. Será que isto é verdade?
Imparcial: adj. Que não sacrifica a justiça ou a verdade a considerações particulares. / Que não tem partido a favor nem contra: juiz imparcial. / Justo, reto, equitativo.
Resumindo, ser imparcial é transmitir o fato exatamente como ocorreu sem demonstrar nenhum tipo de opinião. Porém, na mídia atual este termo é muito falado e pouco utilizado.
Ao ler uma revista “X” verificou-se que ao retratar sobre os políticos de esquerda utilizou palavras como “nanicos” e “punhado” que mostram sua ideologia não marxista. À primeira vista não passa de uma simples informação, porém, analisando minuciosamente podemos perceber qual é posição da revista em relação ao tema.
Na televisão podemos notar a parcialidade nos gestos dos jornalistas, em suas posturas e até mesmo no tom da voz, este último nítido nos rádios.
Quando um formador de opinião, através da mídia, diz, por exemplo, “isto é uma covardia”, “onde é que isto vai parar”, ou “que gracinha gente”, é totalmente parcial a informação e torna-se o puro sensacionalismo, no qual muitos não admitem este termo que significa segundo o canal da imprensa:
Sensacionalismo: manipular a informação de modo incompleto ou parcial e apresentar essa informação num formato exagerado ou enganador.
Ou seja, sensacionalismo é o foco exagerado da notícia, dar mais ênfase ao bizarro que o fato em si.
A atual mídia está sendo influenciada pelos que dominam a sociedade, é um jogo de poderes como escreveu o jornalista Jairo Faria Mendes em um artigo para o site Observatório da Imprensa em 5 de novembro de 2000, "a ética jornalística é influenciada pelas idéias dominantes em nossa sociedade. Por isso, ela será muito influenciada pelo pensamento neoliberal, que se subordinará aos princípios capitalistas, idolatrando o mercado, valorizando o egoísmo e o individualismo".
Os casos mais famosos de sensacionalismo e parcialidade foram o da “Escola Base” que ocorreu na década de 90 no qual um casal, donos de uma escola infantil, foi acusado de abusar sexualmente crianças, no final do inquérito foi descoberto que não era verdadeira a denúncia feita à eles; os veículos de comunicação se manifestaram contra o casal acusando-os sem se quer ter provas concretas de fossem realmente culpados. Outros exemplos de sensacionalismo mais atuais foram o caso dos "Nardoni", no qual os MC (meios de comunicação) mostraram a reconstituição e o da "Eloá", neste último alguns ficaram 24 horas seguidas cobrindo o acontecimento fora os que conversaram por telefone com o acusado durante o episódio.
Caso continue assim, onde será que mídia vai parar? Aliás, o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros apresenta uns artigos que retratam qual deve ser o verdadeiro comportamento dos jornalistas, vejamos:
Art. 2º Como o acesso à informação de relevante interesse público é um direito fundamental, os jornalistas não podem admitir que ele seja impedido por nenhum tipo de interesse, razão por que:
I - a divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente de sua natureza jurídica - se pública, estatal ou privada - e da linha política de seus proprietários e/ou diretores.
Art. 4º O compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, razão pela qual ele deve pautar seu trabalho pela precisa apuração e pela sua correta divulgação.
Art. 11. O jornalista não pode divulgar informações:
II - de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes.
Enfim, o código está sendo cumprido? Esta pergunta deve ser respondida por cada profissional da comunicação. Portanto, todos os jornalistas, como formadores de opinião, devem se preocupar para não deturpar a realidade dos fatos, para que as pessoas não sejam enganadas, pois todos têm direito de saber o que fato aconteceu e não a visão de uma meia dúzia de poderosos, está aí a importância da imparcialidade.
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